Voltei para São Paulo e fiz vários outros cursos (clown, improviso, dramaturgia cênica, iluminação, cenografia… Tudo o que vocês podem imaginar) com profissionais incríveis no Brasil, Cristiane Paoli Quito, Diogo Granato, Bete Dorgam, Cyro del Nero, Isabel Teixeira, Denise Weinberg, entre outros, mas, mesmo assim, ainda sentia que algo me prendia na minha potência, coisa que a Anna nomeou como vulnerabilidade, eu achava que faltava um pouco. E quando eu nas aulas me via “dura”, cabeçuda, querendo controlar, percebi que era disso que ela estava falando, e que fazia todo o sentido.

Um dia, fui convidada pra dar uma aula de improviso cênico e Meisner numa semana de artes da Unicamp, e foi aí que deu o ‘clique’ do quanto eu amava Meisner, como fazia total sentido para mim e que queria, agora sim, me jogar de cabeça. E aprender tudo o que pudesse para melhorar como atriz, mas também para dar aulas e dirigir.

Resolvi ir atrás do Larry Silverberg, o cara que tinha sido aluno do Sanford Meisner, criador da técnica, e escrito todos os livros que eu lia. Resolvi, então, fazer o curso e ficar de frente com a vulnerabilidade que me faltava. Lá fui eu para o True Acting Institute. E só posso dizer uma coisa dessa experiência: foi mágico!

Quando a Be True nasceu, eu já dava aula de Meisner há 3 anos. Eu sentia a necessidade de ter um espaço, de crescer no mercado, de fazer as pessoas conhecerem o método, mas poder trabalhar todas as outras coisas também, tudo que eu havia aprendido em tantas aulas e treinamentos que fiz na vida. Apesar das dificuldades do início (afinal, pouca gente sabia do que eu estava falando), fomos ganhando força. Começamos por indicação, depois, reunindo 2 turmas por ano. Hoje, formamos mais de 70 turmas e cerca de 700 alunos!

Lembro de cada pessoa que faz o curso comigo e sou grata por ter escolhido trabalhar com algo que tanto amo. Atualmente, costumo dizer que dou aula do que eu entendi do que o Meisner disse, tentando ser o mais fiel possível à técnica/método, mas com esse aprofundamento no humano que sempre foi o meu maior interesse na arte e na vida.

São coisas que a gente vai aprendendo e agregando ao longo da jornada. E que assim seja, porque aprender é e será sempre algo infinito.