Be True | Memória X Imaginação

Ontem abri minha caixa de lápis de cor, pra pintar uma mandala (um novo hobby, bem calmante alias), é uma caixa Caran d’ache, que tenho desde os meus 10 anos… é, ela é velha. Eu costumava pintar muito quando era mais nova então sempre que viajávamos ou meus pais viajavam pra fora, eu ganhava uma nova caixa desses lápis.

Então quando a abri, aquele cheirinho de infância me penetrou, e junto dele uma serie de memórias, de quando os ganhava, de como gostava de pintar, cenas antigas, sentimentos… tudo veio como num forte flash; mas com esse momento nostálgico outras lembranças vieram de coisas imutáveis e que me deixaram um pouco introspectiva demais, eu diria.

No mesmo momento eu imaginei que não posso mudar o passado, e voltei minha mente para coisas como “será que ainda são vendidos assim?”, ” como  será a caixa com mais lápis” ; de repente já me vi num duty free fazendo compras, e fazendo planos de quando viajar e para onde ir, e como seria… e  logo eu estava vivendo essa minha imaginação com uma excitação  tão real, que se não tocasse o telefone, provavelmente eu faria minhas malas hahahaha.

Nesse momento me toquei qual deveria ser esse post de hoje: Memória ou Imaginação.

Durante a escola de teatro alguns professores tentavam estimular sentimentos e emoções em nós de algumas formas, e eu me lembro claramente que pra mim sempre era muito difícil, e as vezes sem sentido, tentar me alimentar de memória para chegar em tal emoção; como mantê-la?! Se hoje sou uma pessoa completamente diferente, se de um dia para o outro podia ou não funcionar…

Esses pensamentos me rondavam e eu ia tentando achar meus próprios meios. Então quando encontrei o método Meisner, onde se trabalha fortemente a imaginação e nunca a memória; para mim foi a chave.

A memória trabalha com algo finito e imutável, com questões pessoais que talvez eu  não queira mexer e trazer a tona, ou mesmo se o fizer, como sair e entrar nesses lugares sem que vire terapia ou que me afete no dia a dia?!

Enquanto que a imaginação, é infinita e poderosa, como um sonho. Meu corpo vai reagir verdadeiramente aos estímulos imaginários, como se eles fossem de verdade; o que preciso pra isso?! Um elemento de verdade e trabalhar com algo que seja importante para mim. Dessa forma posso ir para lugares que nem eu poderia crer que imaginaria, viver situações e sensações poderosíssimas, e assim que acabar meu trabalho, me desconectar e voltar para a realidade do presente; sem danos a minha sanidade e sem fazer terapia no trabalho; isso não quer dizer que não possa ser terapêutico em algum nível.

Quer entender e experienciar o que eu digo?

Se lembre de algum momento que passou por uma emoção forte (boa ou ruim você que escolhe). Perceba o que acontece com você, como isso mexe com você. Exemplo: quando seu cachorrinho morreu.

Agora crie uma situação imaginaria, baseada em um elemento de verdade (por exemplo alguém que você ama, ou algo que almeja), a situação não pode ter acontecido ok!? é imaginaria… e veja aonde sua imaginação pode leva-lo, o que você sente?

Se for mais fácil… imagina que acabou de ganhar na loteria e veja quão longe sua imaginação pode te levar… 😉

Namaste

PS: Se você experimentou e quer dividir a sua experiência, mande seu comentário. Vou adorar!!!